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"...É certo que no dia 10 de junho o sr. dr. Siqueira se retirou da capital passando a presidência ao quarto vice-presidente o Sr. Coronel Romualdo José Monteiro de Barros. Este senhor, pai de um de nossos colegas, (referência ao Deputado provincial Miguel Eugenio Monteiro de Barros), somente recusaria os seus serviços ao país se estivesse em artigo de morte. O Sr. Monteiro de Barros, como meu ilustre colega sabe, mora a distância de oito léguas da Capital da província de Minas, em Belo Vale..." (CÂMARA DOS DEPUTADOS – Sessão de 21 de junho de 1850).

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"Na Petrópolis do ultimo quartel da monarquia, costumava-se dizer que só havia aqui dois senhores verdadeiros: o Sr. Pedro II e o Sr. Coronel José Cândido Monteiro de Barros e que este possuía ainda mais terras que aquele."

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"O barão de Paraopeba, sendo Conhecedor profundo dos segredos guardados nestes terrenos auríferos tinha pela mina Goiabeiras especial preferência, dizendo que 'se conseguisse trazer água às Goiabeiras, não teria onde guardar tanto ouro'. Com efeito, realizou aí grandes obras para canalização de água e construção de pilões para a trituragem do minério escavado da mina. Os resultados obtidos excederam á sua expectativa: o ouro abundou."

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Com a decadência das minas os velhos solares dos Monteiro de Barros ficam reduzidos a taperas, o mato e as ervas daninhas invadem as construções, os regos d’água desmoronam-se e a população retira-se deixando atrás de si aquele ar de abandono e de desolação. Tudo aparente porém. Deu-se o fenômeno verificado um século mais tarde por Stefan Zweig, citado por Sousa Filho, “Critica Humanista”, pág. 91: “As crises no Brasil, diz Zweig, longe de serem nocivas, conduzem a economia brasileira a transformações mais felizes. A catástrofe da abolição dá origem ao surto do café e à imigração em massa, ao povoamento do solo; a guerra européia, ameaçadora de prejuízo terríveis, faz surgir a Industria”. E foi o que aconteceu naquele tempo aos Monteiro de Barros remanescentes da mineração; não desanimaram. Deixaram os almocafres, as pás cavadeiras, bateias e carumbés e empunharam a rabiça do arado, a enxada do agricultor. O ocaso do ouro abre a eles outra fonte de riquezas, mais estável e antes despercebida: a agricultura, que pode-se resumir em “El Rei Café”. Espalharam-se pela zona da Mata de Minas Gerais, antigo Feijão Cru, abrem fazendas, dilatam a periferia da região habitável e agrícola, tão bem descrita pelo Ministro Ferreira de Rezende “Minhas Recordações”, págs. 367 e 375.

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"Quem politicamente fundou e deu importância a Zona da Mata mineira, foi, sem sombra de dúvida, o Ouvidor Antonio José Monteiro de Barros, que lá chegou e fundou a légua e meia da cidade nas margens do Pirapetinga, a fazenda do Paraíso, que depois pertenceu ao conde de Mesquita."

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"O Dr. Manoel Monteiro de Barros nasceu e foi batizado na freguesia de Nossa Senhora da Assunção de Via Longa, Patriarcado de Lisboa. Foi médico de Câmara da Rainha D. Maria I (mãe de D. João VI), recebeu o foro de Cavaleiro Fidalgo da Casa Real portuguesa e Cavaleiro professo da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo."

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“Sendo esta província de S. Paulo a única que ainda não tem em sua capital uma oficina tipográfica, tão necessária para dar a devida extensão ás ciências e fazer correr a fluxo da civilização, eu não duvido representar a V.Exc., para fazer subir á Augusta Presença de S. M. o imperador afim de que se digne expedir as ordens para ser enviada quanto antes a estas cidade a Imprensa que já estava para isso destinada e pronta com todos os caracteres e seus pertences e um Impressor para seus estabelecimento e direção; e, quando não possa vir gratuita peço ao menos licença para a sua ereção á custa dos particulares, que não duvidam subscreverem para um fim tão interessante”. (Ofício do Visconde de Congonhas ao Marquês de Maricá)

“Hoje percebo e sinto ao vivo que ali nada mais faziam os meus pais sofredores, do que se reverem, amarem-se entre carinhos, devaneios e poesia de tempos idos. Aqueles que ali empunhavam, à janela, o óculo de alcance e a noite, ente filhos, tiravam cordas plangentes dos seus sentimentos, conseguiam rever-se ao longe, lá nas cercanias do arraialzinho de Nossa Senhora da Boa Morte (Moeda), bem dentro dos vastos domínios da fazenda Boa Esperança” (Rezende, A.L, 1970).

"..o que sei de Minas é que houve uma sedição militar, à qual se ajuntou algum povo, requerendo para Presidente a teu tio Romualdo, que não aceitou; a teu tio Manuel José, que disse que preferia antes morrer nas pontas das baionetas, do que aceitar hum emprego por meios violentos e com a violação da lei; penso que o Brigadeiro Pinto restabelecera a ordem e chamará os dísco-los aos meios conciliatórios, punindo os sediciosos e amotinadores. (parte de uma carta escrita pelo visconde de Congonhas do Campo)

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 “Nem o conforto e bem estar das capitais europeias, nem os atrativos multiformes da metrópole portuguesa desviaram a trajetória que a si próprio impusera Manuel José. Aqui viveu, enriqueceu, sem voltar jamais ao país de origem. Aqui morreu deixando os frutos colhidos no exaustivo trabalho de mineração, frutos estes empregados, em boa parte, em dar a quatro filhos e oito netos um diploma de estudos superiores. (Frederico de Barros Brotero, em "A Família Monteiro de Barros").

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