Tereza Cristina Malcher | monteirodebarros

TEREZA CRISTINA MALCHER CAMPITELLI

Sou neta da dona Vera Monteiro de Barros Malcher. Com muito orgulho a chamava de Vovó Vera e dela tenho doces lembranças.

Nasci no Rio de Janeiro e fui criada nesta bela cidade ao lado dos meus primos queridos, todos Monteiro de Barros, apesar de não o trazerem em seus nomes.

Como tudo na vida não é perfeito, infelizmente papai, Carlos Alberto Malcher, partiu deste mundo tão logo aqui cheguei. Mas recebi amor de todos os meus avós, padrinhos e tios. Fui uma pessoa aconchegada.

Tive uma infância feliz. Fui uma criança que brincou e vovó nos proporcionou isso. Ela morava no Jardim Botânico, numa casa onde brincávamos a perder o tempo. Guardo as lembranças com carinho e sou a Tereza que sou por esse tempo encantado.

Estudei em colégios religiosos e acabei me formando em Pedagogia na Universidade Santa Úrsula, 1985. Depois, me casei e me tornei Mestre em Educação, PUC-RJ, 1992. Enquanto estudava, tive dois filhos, Alberto e Ana Gabriela, que foram cuidados pela dona Vera, principalmente minha filha que até hoje não se esquece do “capitão com café com leite” que a bivó fazia para ela. O Capitão era um pão francês em pedaços com manteiga.

Um belo dia, o bichinho do teatro me mordeu e entrei no mundo da literatura. Também não era para menos, depois de tudo o que vivi. O primeiro passo que dei no mundo encantado das palavras foi com a adaptação do texto CABEÇAS TROCADAS, de Thomas Mann, que foi encenado no SESC-Copacabana, 2000; depois foi VOCÊ ME AMA?, Ronald D’ Laing, 2002, no teatro Cândido Mendes. UM CÃO CHEIO DE IDEIAS, texto de minha autoria, no Teatro das Artes, Shopping da Gávea, 2007. Todos estes textos foram trabalhados com Mônica Alvarenga, uma diretora de teatro que dirigiu todas as peças. Foram belos momentos. Inesquecíveis.

Iniciei minha formação literária na Estação das Letras em 2004, e fiz oficinas. Somente alguns anos mais tarde é que comecei a publicar livros. O primeiro foi O LIVRO MALUCO E A CANETA SEM TINTA, em coautoria com Márcio Paschoal, ed. ZIT, 2006, sendo ele indicado ao prêmio JABUTI, 2007. No ano seguinte foi UM CÃO CHEIO DE IDEIAS, ed. PAULINAS, 2007. A seguir vieram AVENTUREIROS DA SERRA, RHJ LIVROS, 2012; o conto juvenil QUASE..., LAROUSSE JOVEM, 2012, na coletânea ALGUNS SEGREDOS E OUTRAS HISTÓRIAS, inscrito no PNBE, 2011.

Aí, a grande surpresa. Em 2014, ganhei o 1º lugar do prêmio OFF FLIP de LITERATURA, na categoria infantojuvenil, na FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY, com o texto AJELASMICRIM, cujo livro foi editado em 2015 pela respectiva editora. E, em 2016, indicado ao prêmio Jabuti.

Sou Membro Efetivo da ACADEMIA FRIBURGUENSE DE LETRAS, desde 2013. Nesta Casa de Salusse, ou seja, Júlio Salusse é o seu patrono, poeta que escreveu OS CISNES, um dos poemas mais belos do século passado, tenho me dedicado para fomentar a literatura e a cultura na cidade de Nova Friburgo, local onde também moro. Nesta Casa, também fiz amigos e acho até que brinco de literatura. Ah, como meu passado, sob o olhar da dona Vera, me fez bem.

Escrevo para o jornal A VOZ DA SERRA, Nova Friburgo, na coluna semanal, MOMENTOS LITERÁRIOS. Este escrever, apesar de ser bem trabalhoso e desafiante, tem contribuído para o meu desenvolvimento como escritora. E, além de tudo, tem me oferecido a oportunidade de conhecer pessoas e de ser lida por elas.

No Sesc de Nova Friburgo, tenho feito oficinas literárias, apresentado SARAUS no Festival de Inverno e realizei o projeto ESTA HISTÓRIA TAMBÉM É SUA ao lado dos escritores da Academia Friburguense de Letras, poetas, violonista clássico e cantores de Rap. Todos nós temos orgulho deste trabalho que foi realizado com empenho e amor por quase 15 pessoas.

Em 2016, participei ativamente da Primeira Festa Literária de Nova Friburgo, uma grande conquista da cidade, planejando as atividades desenvolvidas pela Academia Friburguense de Letras, como o SARAU e VOCÊS PERGUNTAM E O ESCRITORES RESPONDEM (debate entre leitores e escritores), além de compartilhar a mesa de debates com a editora Renata Nakano, LITERATURA INFANTIL: DO LIVRO AO MERCADO.

Enfim, estou aqui neste mundo, aos 63 anos, produzindo, cheia de sonhos e buscando a felicidade. Certamente, a energia desta nossa família, Monteiro de Barros, me estimula a continuar a seguir em frente.